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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A antiestática da fé

Você me pergunta como meço a dinâmica de minha fé.

Observamos o crescimento de uma árvore, dia após dia, quase não percebemos seu desenvolver.

Precisamos voltar à semente.

Vejo ela em sua integridade, imutável, guardada em qualquer recipiente.

Mas eis que ela se deita no chão. É coberta pela terra. Some.

Não precisamos esperar muito para percebermos que a vida, contida naquele pequeno grão, rompe a dura casca e algo começa a surgir da terra.

A nova planta solta ramos, folhas e assim vai crescendo de forma perceptível.

Quando então árvore, frondosa, seu desenvolvimento, ainda que mais volumoso, ou até talvez por isso mesmo, torna-se mais discreto.

Nas quatro estações porém a árvore perderá suas folhas, dormirá, florescerá e dará frutos.

Com a fé não é muito diferente.

A fé não pode ser estática. Por que não admitirmos seus altos e baixos como uma dinâmica natural, cansativa, mas saudável?

Há momentos em que a fé, como semente tem que estar envolta em dura casca, imóvel e aparentemente sem vida. Deve porém ser um estágio passageiro de transição.

Depois a fé em seu desenvolvimento e dinâmica passará por crises, por certezas e incertezas. A existência exige da fé momentos de angústia e momentos de euforia, mas também de serenidade e diversidade. Todos eles legítimos e necessários.

Como medir a dinâmica da fé? Talvez, simplesmente, não seja necessário…

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