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sábado, 2 de outubro de 2010

A eleição e o arbítrio

“Ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis.” Sócrates

Qual a sua opinião sobre a eleição?

Você acredita que o resultado das pesquisas será o resultado das urnas?

Você acredita que tudo, a essa altura, já está determinado?

Você acredita que Deus já sabe quem são os eleitos? Você acredita que eles já foram, até mesmo, eleitos pelo próprio Deus?

Você acredita em destino?

Assim como um grão de areia não forma um monte, e nem 3, 10 ou 100 grãos de areia irão formar um monte, todos deveríamos saber que nosso voto, individual, ou até mesmo de um grupo, não elegerá um presidente.

Paradoxalmente sabemos, todavia, que um monte de areia só pode ser formado por muitos grãos de areia. Ou seja, um presidente só pode ser eleito com nossos votos. Com uma quantidade enorme de NOSSOS votos.

Quem consegue mover um grão ou cem, não determinará o destino das eleições, todavia quem consegue mover um caminhão será mais efetivo.

Especialmente hoje é besteira falar que votamos em programa político, em um partido ou ideologia. Nós votamos nas pessoas e o que elas representam.

Mais do que isso, sou fortemente tentado a dizer que essas pessoas representam bem menos ideais políticos, e muito mais qualquer outra coisa mais superficial como: sexo, raça, classe social, religião, faixa etária, beleza física e etc.

A grosso modo, votamos num candidato se ele é gordo ou magro, se ele é feio ou bonito. E não se ele se mostra convincente em seus argumentos para resolver os problemas de segurança, economia ou ambientais.

Claro que todos desejam, em primeira linha o melhor candidato para o Brasil, ou… para si próprio. Mas a escolha de um BOM presidente requer uma BOA escolha: uma escolha inteligente.

Seria possível de fato separar as ideias das pessoas?

Um debate sempre será pessoal e subjetivo! Não combatemos ideias, combatemos pessoas. Isso pode ser visto especialmente hoje no Brasil, onde os quatro principais candidatos são de esquerda. As ideias são as mesmas, as pessoas é que são diferentes!

Logo, uma pessoa de direita começa o jogo já limitado em suas opções de escolha. Ela não é livre para votar de acordo com sua vontade, pois não há um candidato de direita. Ou haveria? Sim! Ele poderia votar no José Maria Eymael do PSDC Partido Social Democrata Cristão. Mas normalmente não faz isso, primeiro pois não o conhece, segundo pois ele não tem chances de ganhar.

E assim, nós, eleitores, vamos fazendo nossas LIVRES escolhas. Em parte essa liberdade é tolhida pelas opções limitadas que aí estão, em parte ela é tolhida, pelas escolhas que nós mesmo já fizemos no passado, e que repercutem no presente.

Alguns acreditam que Deus é quem tem TODO o Poder e quem controla TUDO. Assim seria ele o principal ator a determinar o futuro político do Brasil: “Se o candidato A,B ou C ganhar foi porque Deus quis…”

Discordo. Primeiro se Deus tivesse verdadeiramente TODO esse PODER como proclamam por aí, Ele não precisaria ter controle de nada. O controle é só para os impotentes. Um mecanismo para averiguar o que saiu fora de seu PODER.

Se colocarmos Deus como sendo o cara determinador, é bom ficar claro que Ele nos chama para a responsabilidade junto com Ele. Ele não determina tudo, e não determinará tudo sozinho, ele nos dará espaço para também atuarmos no teatro de nossa própria existência, para sermos co-autores do roteiro de nossa vida. Mas, seria ridículo pensar que tudo está só em nossas mãos e nas de Deus. Há outros atores, então, o destino é determinado por uma série de pessoas, inclusive os cartolas, e por uma serie de elementos, inclusive a natureza e os astros.

Mas você é livre para escolher, sua vontade é livre para escolher quem você quiser, baseado nos critérios que você quiser.

Nem toda informação do mundo te dará toda a certeza de uma escolha certa. E esse é o ponto, a escolha exigirá uma boa dose de fé e confiança. Não tenha então medo de exercer sua fé e confiança nos homens. Você não é ingênuo e sabe que eles irão mesmo te decepcionar.

Meus candidato?

Sei e reconheço o papel fundamental do PSDB e do FHC em algumas melhorias do Brasil nas últimas décadas. Na época estudantil já viajei quilômetros para ir a comício do Lula. Votei nele e sei também que ele e o PT contribuíram bastante para a sociedade brasileira.

Voto porém esse ano em Marina, nem tanto por ela ser cristã, nem tanto por sua ênfase na sustentabilidade. Mas voto na pessoa dela: uma mulher de fibra, humilde na origem e no caráter, tem um tom de voz agradável, um olhar intrigante de alguém que já foi candidata a freira e ministra do meio ambiente, empregada doméstica e senadora.

Temo que os que não votam nela, não o fazem por desejarem o pior para o Brasil, mas por ignorarem as riquezas dessa pessoa de nossa Amazônia brasileira.

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